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Quatro anos e algumas respostas aos leitores

Creio que foi a primeira vez que deixei o aniversário do site passar em branco, mas dezembro e a primeira semana de janeiro pareceram um ano inteiro de trabalho árduo. Foi no dia 26 de dezembro de 2006 que eu criei este site, que me deu até hoje muito trabalho e muita satisfação. Estamos, portanto, no quarto ano do Tolkien e o Élfico.

Entre uma coisa e outra tive algum tempo para responder alguns e-mails e comentários. Abaixo seguem alguns, em nenhuma ordem em particular:

olá ! tenter de todas as maneiras e não consegui  uma tradução de uma frase em portugues para o elfíco , é que eu vou fazer uma tatuagem … será que vcs podem me ajudar ? desde já .muito obrigado… ” Quem é abençoado ningém amaldiçoa …”  e também , César Prattes , e Hervé Ramos.

I aistana umë húta. “Aquele que é abençoado não amaldiçoa.”

César “cabeludo” talvez seja melhor traduzido como Q. Findecáno, S. Fingon “cabelo-comandante”.

Hervé significa “digno de batalha”. Em Quenya sairia como Ohtaférimo, creio eu. Não tenho uma tradução pronta em Sindarin.

existe o nome Laila em Elfico??

Seu nome significa “noite” em árabe. Em Sindarin Daw (w = u), em Quenya Lómë.

SOU ENCANTADA COM ESSE MUNDO E ESSES SERES ELFICOS ME TRAZEM MUITA PAZ QUERIA ME APROFUNDAR MAIS E ESTUDAR A LINGUA, SÓ QUERIA SABER QUANDO E COMO OS ELFOS EXISTIRAM E POR QUE FORAM EXTINTOS? OBRIGADA!! MELISSA

Em 2006 e 2007 foi feito um estudo pela Universidade da Islândia dizendo que 8% da população islandesa acredita que elfos definitivamente existem, 17% disseram que há altas probabilidades de que existem, e 37% que possivelmente existem. Na Inglaterra pré invasão normanda, diz Tom Shippey (Tolkien Studies Vol. 1, pp. 2–3):

“Existe uma dezena de palavras para “elfo” em inglês antigo, as formas masculinas e femininas sendo ælf e ælfen, e o composto de palavras land-, dún-, feld-, munt-, sæ-, wæter-, wudu- e, possivelmente, berg-ælfen ou, mais raramente, -ælf, ou seja, em sequência os elfos “da colina, da terra, do campo, da montanha, do mar, da água, da floresta” e, mais uma vez, “da montanha”. Esses parecem promissoramente precisos e variados, mas são de fato quase sempre glosas, palavras escritas sobre um texto em latim para traduzir uma palavra nessa língua, neste caso respectivamente nos itens quatro a nove na lista acima seriam castalides, moides, oreades, naiades, nymphae e dryades. A explicação mais simples é que um tradutor anglo-saxão a muito tempo atrás, com dificuldade para encontrar um equivalente para “náiade, ninfa, dríade”, decidiu de forma razoável solucionar todos os seus problemas de uma vez e criar “elfa-do-mar, elfa-da água, elfa-da-floresta”, etc. Enquanto isso, textos médicos ou mágicos anglo-saxões nos lançam uma quantidade de compostos mais interessantes, se mais ameaçadores, como ælfadl, wæterælfadl, ælfsiden, ælfsogoða, o nome de “doenças élficas” como (foi sugerido) varicela, edema, demência, epilepsia e anemia. O último é uma suposição a partir de ælfsogoða, “elfo-sugar”, e indica que uma forma que se acreditava que os elfos causassem problemas era através do vampirismo, enquanto nós também encontramos várias vezes “tiro-élfico”, ou ylfa gescot [sc = “x” de xícara], que indica uma crença (talvez ilustrada em um desses textos) em dardos invisíveis portadores de doenças. Os elfos também parecem ter se associado com a tentação sexual. Vários encantos associam os elfos com nihtgengan, “prostitutas”, com “tentações do demônio” e com þat mannum þe deofol mid hæmð “o povo com o qual o demônio faz sexo”. Não é surpreendente que os elfos anglo-saxões são normalmente chamados de “malignos” por estudiosos modernos. E ainda assim é um elogio para uma mulher ser chamada ælfsciene, “bela como uma elfa”, e os anglo-saxões continuarem de maneira teimosa a dar nomes aos seus filhos como Ælf-wine, Ælf-red, Ælf-stan, e assim por diante, “Amigo-dos-elfos, Aconselhado-por-elfos, Pedra-élfica”. Alguns desses nomes, como o comum Alfred e o raro Elwin (como em Elwin Ransom) mantiveram-se em uso até hoje, embora não mais com qualquer sentido do seu significado, e algumas das crenças sobre elfos sedutores, colinas élficas e fadas élficas também sobreviveram até o período moderno.”