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Resumo do Curso de Quenya: Lição 20

O verbo “ser”

O verbo “ser/estar” (to be em inglês) no Quenya é na-. Ele é conjugado da seguinte forma:

  • Presente e imperativo: na “é/está”, pl. nar “são/estão”, dual nat;
  • Pretérito: “foi/esteve”; com desinências pronominais fica ane-: anen “eu fui/estive”, anel “tu foste/estiveste”, etc. Plural nér, dual nét.
  • Futuro: nauva “será/estará”;
  • Aoristo: nae (nai-) “é/está”;
  • Perfeito: anaië “tem sido/tem estado” (ing. has been).

No curso há muita especulação sobre o verbo ea-. Ele é, na verdade, o verbo “existir”. Sabemos que é tanto a forma do presente quanto do aoristo; que o pretérito é engë; que o perfeito seria éyë numa forma arcaica, mas engië pode ser utilizado. O futuro é euva.

Ma: uma partícula interrogativa?

Sendo objetivo: esta seção é uma teoria de que a partícula interrogativa ma- pode ser utilizada na sua forma raiz (ou seja, ma) para distinguir um questionamento de uma afirmação. Isto ocorre no polonês (Czy … ?), no esperanto (Chu … ?) e até certo ponto no inglês (Did he… ? Can he… ?).

O exemplo faz a compreensão simples:

Tences i parma “Ele(a) escreveu o livro” > Ma tences i parma? “Ele(a) escreveu o livro?”

Eu, particularmente, não creio nessa teoria.

Sa introduzindo cláusulas nominais

O que são cláusulas nominais: uma frase inteira que equivale a um substantivo. O indicador de onde começa uma cláusula nominal no Quenya é a palavra sa.

A frase analisada:

Merin sa haryalyë alassë “Desejo que você tenha felicidade”

  • Merin: “Eu desejo”, o sujeito e o verbo da frase.
  • sa: a partícula que indica que “tudo após esta palavra é uma cláusula nominal”
  • haryalyë alassë: “tenha felicidade”, a cláusula nominal em si; esse pronome, verbo e substantivo são todos um único objeto direto do verbo “desejo”.

Resumo do Curso de Quenya: Lição 4

Adjetivos

Os adjetivos do Quenya podem estar em duas posições na frase, sem comprometer o sentido da mesma:

  • Antes do substantivo (o mais comum). Ex: luini tellumar, lit. “azuis abóbadas”;
  • Depois do substantivo. Ex: anar púrëa lit. “sol ofuscado”.

Os adjetivos também concordam em número com o substantivo (mas não em gênero).

Por fim, os plurais são formados da seguinte forma:

Singular Plural Exemplo
-a alta “grande” ? altë “grandes”
-ëa -ië úmëa “mau” ? úmië “maus”
-i carnë “vermelho” ? carni “vermelhos”
-in *-ini¹ firin “morto” ? firini “mortos”

1. O final *-ini é extrapolado, nunca tivemos um exemplo que indicasse o verdadeiro plural dos adjetivos terminados em -in.

Verbo de Ligação

O verbo de ligação nada mais é do que o infame “verb to be” do inglês, que em português é representado por dois verbos diferentes: ser e estar. Ele une substantivos e adjetivos (i parma ná carnë “o livro é vermelho”), e também pode ser utilizado para comparar dois substantivos (parmar nar nár engwi “os livros são objetos”). As formas desse verbo no presente são:

  • — singular: “é, está”;
  • Nar Nár — plural: “são, estão”. Nota: No VT49 nár aparece, junto a várias outras formas do verbo ser/estar; por isso recomendo o uso desta palavra com a vogal longa.

O verbo de ligação geralmente está entre as duas palavras que ele une ou compara, mas pode estar após as mesmas ou até mesmo omitido, sem causar mudança no sentido da frase. Ex:

  • Feanáro ná Noldo;
  • Feanáro Noldo ná;
  • Feanáro Noldo.

resultarão em frases de mesmo sentido: “Fëanor é um Noldo”. Contudo, no último exemplo a frase também pode ser compreendida como “Fëanor, o Noldo”, então é necessário utilizar essa flexibilidade para a melhor compreensão da frase.