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Análise dos diálogos de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada

Essa notícia já está cheirando a podre, de tão velha, mas o site polonês Elendilion divulgou a análise completa dos diálogos em Sindarin de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada. A análise foi feita por Cerebrum, linguista húngaro do site Parf-en-Ereglas.

Neste momento eu não irei traduzir, pois estou esperando aprovação dos autores. Há também uma análise das outras línguas utilizadas no filme que eu pretendo traduzir, se me for dada permissão.

Línguas tolkienianas em “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”

Após assistir o filme na pré-estréia do dia 13, gostaria de dividir alguns comentários sobre as línguas. Percebi a presença de cinco línguas durante o filme: órquico, Sindarin, Quenya, Khuzdul e Iglishmêk.

O iglishmêk é uma linguagem de sinais, efetivamente a versão anã do LIBRAS e outras línguas parecidas para surdos e mudos. Eu percebi que Bifur, o anão com um machado cravado na testa, utiliza uma linguagem de sinais para falar com Gandalf, enquanto estão em Bolsão. Creio que possa ser o iglishmêk, mas não tenho certeza. De qualquer forma, não conhecemos nenhum gesto do iglishmêk, então não é possível analisá-lo.

O Khuzdul eu só escutei durante a batalha no portão leste de Moria, quando Thorin comandou a carga após derrotar Azog. No futuro, será analisável.

O Quenya foi usado em um encantamento feito por Radagast, para curar um porco-espinho. Really. Eu não recordo em qualquer outro momento, inclusive na hora em que Gandalf cura Thorin no fim do filme, em que o Quenya seja utilizado. Isso é condizente com os livros, onde Gandalf utiliza encantamentos em Sindarin (como naur an edraith ammen! para criar fogo). Nos filmes d’O Senhor dos Anéis, Gandalf utilizava Sindarin também para os encantamentos, enquanto Saruman utilizava Quenya.

Como Quenya já é mais minha área, posso dizer que não encontrei problemas com a pronúncia, mas admito que é meio difícil, já que Radagast balbuceava Quenya, em transe, ao invés de realmente utilizar a língua de maneira mais eloquente.

O Sindarin foi utilizado por Gandalf, Elrond, Galadriel e Lindir, cada um com um certo nível de aptidão. Existem pronúncias comuns que estavam erradas, como Dol Guldur, onde a segunda palavra era pronunciada como oxítona. Tanto no Sindarin quanto no Quenya, palavras com mais de uma sílaba nunca serão oxítonas, mesmo quando houver uma vogal “acentuada” (como Palantír). O Hugo Weaving continua sendo o melhor falante de Sindarin do elenco.

Tolkien nunca desenvolveu uma língua órquica completa, então presumo que David Salo (que já havia criado os diálogos em línguas tolkienianas para os filmes d’O Senhor dos Anéis) criou a língua órquica seguindo o estilo que o Professor imaginou para elas. Mesmo que seja uma invenção do David Salo, foi talvez a melhor aplicação das línguas de Tolkien, pela liberdade que deu aos atores que interpretaram aos orcs.

Quasi-Khuzdul

Tem gente que gosta mais dos anões.

Sério.

E tem gente que gosta muito mais da língua dos anões do que das línguas élficas. Uma dessas pessoas é Jay Lawson, que começou a estudar o Khuzdul, a língua dos anões, em 1999. No final de novembro de 2011, ele lançou um site chamado Quasi-Khuzdul.

Jay é o exemplo de uma pessoa dedicada ao nosso hobby. Ele diz que seu site:

“[C]ombina o pouco que nós sabemos do Khuzdul com uma comparação ao hebráico, árabe, Adûnaico e até mesmo um pouco de Yiddish. Há uma seção para cada palavra-exemplo do corpus do Khuzdul, com o objetivo de mostrar uma explicação morfológica e tradução plausível … para cada uma.

“Por algum motivo, o Khuzdul sempre me fascinou mais do que o Quenya e o Sindarin. Eu entrei na Elfling no início de 1999. Desde lá, eu procurei por cada pedaço de informação do Khuzdul que eu consegui encontrar, aprendi sobre hebráico e árabe, muito discuti Khuzdul na Elfling com Magnus Åberg, que escreveu “Uma Análise da Língua dos Anões“. Eu também comecei a escrever meu próprio artigo. Embora nada daquele artigo esteja presente no site, meus objetivos eram os mesmos e o trabalho que foi investido nele formou a base de minha atual análise. Eu nunca esperava que levasse tanto tempo, mas é extremamente satisfatório ter chegado ao ponto aonde minhas visões do Khuzdul são totalmente documentadas e mais ou menos completas.

Os trabalhos mais bonitos são aqueles que são feitos com dedicação, sem um propósito oculto por trás dele. O Quasi-Khuzdul é um exemplo de pureza de princípios e intenções.

Omentielva Tatya: Pronomes do Quenya, Khuzdul e Parma Eldalamberon 17

Helge Fauskanger voltou do Omentielva Tatya (quenya, Segundo Encontro) que ocorreu na Antuérpia, Bélgica, uma convenção sobre línguas tolkienianas. Ele fez o upload de dois ensaios escritos por B.J. Ward:

A surpresa do evento, ao que parece, foi o inesperado lançamento do Parma Eldalamberon 17, distribuído por Bill Welden durante o evento. Segundo Helge, há “200+ páginas de material pós-SdA” e que esta edição “traz os comentários de Tolkien sobre os vários exemplos de línguas ‘exóticas’ no SdA, e há novas informações sobre o Khuzdul também. A palavra baruk “machados”, é dito ser a forma plural de bark “machado” (p. 85)…”

Em luz desta nova publicação, o artigo sobre derivações em Khuzdul está defasado. Contudo, é uma das raras oportunidades que o leitor atual tem de comparar como, em um único dia, nosso conhecimento muda de maneira radical.

Fonte: E:34301