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Andúnië fecha suas portas

Hoje é um dia extremamente triste. Porque hoje o Andúnië, a minha comunidade mais querida de Tolkien no mundo inteiro, está fechando as portas.

Esta comunidade me ensinou muito. Ela me ensinou a ler: ler com atenção, ler com carinho, ler por vontade, ler por paixão. Ela me ensinou a escrever: escrever de forma correta, escrever de forma digna, escrever de forma respeitosa, escrever de forma coerente. Ela me ensinou a discutir: discutir de forma clara, discutir de forma objetiva, discutir com respeito à outra parte, discutir com paixão pelo assunto discutido, ou não discutir se não há paixão.

Ainda que os administradores digam que ela fechará suas portas dia 30 de maio, não creio que será tão simples assim. Uma comunidade, como descobri, não é um fórum ou um portal, mas sim pessoas. As pessoas com interesses comuns e idéias semelhantes.

Enquanto vocês ainda podem, eu indico para vocês a leitura do tópico O pequeno Eldarion. Talvez vocês concordem comigo que, realmente, o Andúnië não vai deixar de existir só porque sairá fora do ar.

Quettar disponível novamente

Julian Bradfield, antigo editor do Quettar, o boletim oficial do grupo lingüístico da Tolkien Society, anunciou neste domingo que estarão disponíveis àqueles com interesse na história dos estudos das línguas tolkienianas todas as edições desse boletim, que foi lançado em 1980 e deixou de ser publicado em 1995.

As edições 1 a 10, lançadas entre 1980 e 1981, podem ser adquiridas agora através do site de “impressão por demanda” Lulu.com. Segundo Bradfield, a idéia é que volumes de 10 edições cada devem ser lançados um por mês, até o fim de setembro, quando o último (contendo as edições 41–49) será publicado. Desejo toda sorte ao Sr. Bradfield, pois sei que digitalização é um dos trabalhos mais chatos da história (a boa digitalização, claro; não uma meia-boca).

O preço cobrado pelo Volume 1 do acervo do Quettar é de U$ 11,34, deixando-o no mesmo patamar dos Vinyar Tengwar, distribuídos pelo mesmo sistema. Para Porto Alegre o frete por correio comum é U$ 1,90, enquanto o expresso é U$ 21,04. Meros 185% do preço do produto…

Eu devo receber meu Volume 5b do Vinyar Tengwar neste mês ainda (espero!) e direi para vocês se o serviço é bom ou não. Até lá é possível que a Fitch melhore finalmente o rating brasileiro para grau de investimento, o mercado se acalme e o dólar volte a baixar. Quem disse que lingüística tolkieniana não ensina coisa alguma de útil? 😀

Renan, Hélio, Hilda, Felipe, Flávia, Valéria

Bem, estes não foram requisitados no AnimeXtreme, mas sim no Fórum Valinor. Como eu consigo fazer só um número limitado de traduções por dia, e de repente passa alguém aqui querendo saber sobre algum desses nomes, segue abaixo o meu post por completo:

Citação:
Post Original de Morgomir

E Renan, que significa pequena foca, pode ser traduzido para o sindarin Nendraug?

Nendraug, para mim, é “lobo do mar”. Não conheço uma palavra que significa “foca” em Quenya ou Sindarin, então não posso traduzir seu nome.

Citação:
Post Original de m040493

Traduzi alguns nomes. Gostariam q vcs vissem se está certo.

Hélio “Sol” Anárion

Isto é “Filho do Sol”. É complicado traduzir esse nome: assim como no alemão, o Sol no mundo de Tolkien é uma entidade feminina.

Citação:
Hilda “Donzela de Batalha” Dagorweniel

Hilda é na verdade o elemento germânico hild “batalha”. Q. *narco (reconstruído a partir do S. pelo Helge na Elfling, S. dagor seriam as palavras.

Citação:
Felipe “Adorador de Cavalos” Melrochion

Eu sei de um rapaz na Elfling que assina como “Melroch”. Como o próprio Tolkien dá a tradução em WJ:412 do Q. Elendil como S. Elvellon, neste caso eu ficaria com o mais comum Q. Roccondil, S. Rochvellon.

Citação:
Flavia “Cabelos loiros” Laurefiniel (Cabelos dourados, não achei loiro)

Q. Laurefinda (cf. PM:340, elemento -finda), S. Glorfind(i)el seriam as minhas construções.

Citação:
Post Original de condessa

oie miss rasta
eu entrei neste site q vc mostrou e o meu nome que é valéria tbm saiu como “Eámanë Ringëril” como pode isso?

axo q lá nao é um bom tradutor
valéria significa – cheia de saude

Como havia dito antes, Valéria quer dizer “forte”. S. Beleg(wen/iel), Q. Polda (a raiz BEL- só existe em Sindarin, por isso a discrepância).

Desculpem a demora, mas espero que todas as dúvidas tenham sido respondidas.

Tenn’ enomentielva!

P.S.: Como um bônus, vocês acabaram de ver exatamente o que eu venho fazendo no Fórum Valinor desde 2003. Tirar dúvidas é a maneira mais rápida de aprender as línguas élficas, pois lhe força a pesquisar coisas que você não encontraria de outra forma. A pressão de dar a resposta certa é, também, altamente benéfica.

P.P.S.: Não é tão difícil quanto parece. 😉

Fonologias históricas do Ilkorin, Telerin e Noldorin em torno de 1923

O estudioso alemão Roman Rausch enviou esta mensagem à lista Elfling ontem:

Eu gostaria de apresentar a todos um novo artigo chamado “Fonologias históricas do Ilkorin, Telerin e Noldorin em torno de 1923”. Embora trabalhos mais tardios do próprio Tolkien sobre este assunto parecem existir, esta é um sumário e análise especificamente das fontes de 1923 (publicadas em PE13 e PE14).

O Ilkorin e o Telerin aparecem aqui pela primeira vez e enquanto o Telerin é bem similar ao seu design mais tardio, o Ilkorin mais antigo é perceptivelmente germânico em estilo, e totalmente diferente do Ilkorin nas Etimologias. O Noldorin mais antigo difere do Noldorin tardio especialmente nas mutações de vogais, que seguem o galês mais de perto.

Eu deixei o Qenya mais antigo de fora porque já há discussões sobre a fonologia dele no Qenya Lexicon e no Early Qenya Grammar; e também porque eu sinto que é muito similar aos seus conceitos mais tardios, quando comparado com as outras línguas.

Comentários e correções são, como sempre, bem-vindas.

Link: http://sindanoorie.atspace.com/1923_phon.htm

Onde estou e o que estou fazendo

Já faz um tempo que não posto nada aqui, então esta mensagem é só para informá-los do que ando fazendo:

  • Trabalho todo dia das 8hs às 12hs, das 14hs às 18hs;
  • Preciso terminar um trabalho da faculdade até o fim deste dia;
  • Estou verificando notícias sobre línguas tolkienianas todo dia no meu almoço. Não houve nenhuma movimentação recente nas listas;
  • Estou planejando, lentamente, um estande para o AnimeXtreme, nos dias 12 e 13 de abril no Colégio Salesiano Dom Bosco, em Porto Alegre;
  • No mesmo evento, farei uma palestra sobre as raças do mundo de Tolkien, que estou formulando/formatando;
  • Estou escrevendo o resumo dos apêndices do Curso de Quenya;
  • Estou formatando um artigo antigo que havia traduzido para o site da Ponei Saltitante, mas ainda não pedi autorização ao autor para publicar aqui;
  • Estou aguardando o pronunciamento da Manches Co. para saber se poderei publicar o Negation in Quenya do VT42;
  • Comecei a traduzir um artigo da Tengwestië que considero bem interessante (mas que preciso pedir permissão para o Carl Hostetter antes de publicar);
  • Comecei a digitar os nomes em Quenya e Sindarin para o um banco de dados para automatizar o processo de criação do layout, que é simplesmente a coisa mais chata da história.
  • Eu estava de aniversário dia 12, sabiam? 🙂

Se vocês estão cansados de esperar que eu escreva alguma coisa, podem visitar o meu blog sobre administração, tecnologia, educação, ou coisas aleatórias: Cortando a Película. Também estou todo dia no Twitter.

E em uma nota sobre coisas aleatórias: Eu recebi pedidos nos últimos tempos pelos comentários sobre paroxítonas terminadas em U (no português!) e da definição de o que são seres macroscópicos. Esses eu simplesmente tive de responder. 😀

Exposição de pinturas tolkienianas no Rio de Janeiro

Do site da Toca SP (ênfases minhas):

O artista tolkieniano Douglas Costa terá seus trabalhos expostos no Forte de Copacabana, Rio de Janeiro, na exposição nomeada “Heranças da Terra Média”. A exposição, aberta ao público de 8 e 23 de março de 2008, será promovida pelo Conselho Branco, através da Toca RJ.

Será a primeira exposição do artista Douglas Costa no Rio de Janeiro, após uma longa espera cheia de expectativas pelo público de obras de fantasia, desde 2005, quando Douglas se tornou famoso por ter sido o único artista brasileiro a participar da mostra de artes da maior convenção de especialistas na obra de Tolkien, a Tolkien 2005, realizada da Inglaterra. Nesta ocasião, seus quadros estiveram ao lado de obras dos principais ilustradores dos livros. Desde então, Douglas é presença certa nas convenções anuais da Federação Tolkiendili Brasileira, expondo nas edições da HobbitCon 2005 em Santo André (SP), 2006 em Vitória (ES) e 2007 em São Paulo (SP).

Na exposição intitulada “Heranças da Terra Média”, Douglas nos traz um fabuloso passeio por cenários históricos e literários, do cotidiano ao fantástico; mescla em suas pinturas a linguagem clássica e moderna tornando suas obras um convite aos olhos e à imaginação de seus espectadores.

Doutorado de Reinaldo “Imrahil” Lopes aprovado

O projeto de pesquisa sobre a pseudo-tradução nas obras de Tolkien, de Reinaldo “Imrahil” Lopes foi aprovado pela USP. Para saber mais sobre o escopo dessa pesquisa, faça uma visitinha aqui.

É bom lembrar que a tese de mestrado do Cisne, como chamamos nosso colega, resultou na tradução completa do livro Tree and Leaf, que está disponível no site da Valinor gratuitamente. Gostaria de parabenizar o Reinaldo por mais esta conquista!

Para quem não sabe, o Reinaldo também é reporter da editoria de Ciência e Saúde do portal G1.

Melhores notícias de 2007

O site TheOneRing.net escreveu no dia 31 de dezembro sobre as melhores notícias de Tolkien em 2007. À lista das notícias:

  1. Os Filhos de Húrin, publicado em 17 de abril;
  2. O músical de O Senhor dos Anéis reaberto em Londres, dia 19 de junho;
  3. 70º aniversário de O Hobbit, publicado em 21 de setembro de 1937;
  4. A História d’O Hobbit, publicada em 21 de setembro;
  5. The Lord of the Rings: The Return of the King (The Complete Recordings), lançado em 20 de novembro;
  6. Fãs podem patrocinar a construção de uma estátua de um ent a ser construída em Moseley Village, Reino Unido, no dia 1º de outubro;
  7. Peter Jackson e a New Line Cinema juntam-se à MGM para produzir o filme de “O Hobbit”, em 18 de dezembro.

Mas eu tenho certeza de que todos os leitores deste blog ficaram mais felizes com a publicação do Vinyar Tengwar 49 e do Parma Eldalamberon 17, que nos trouxeram informações valiosíssimas sobre as idéias de Tolkien para o Quenya e o Sindarin na época em que escreveu O Senhor dos Anéis e além. Descobrimos tabelas de pronomes, o pretérito do Sindarin, o verbo ser/estar do Quenya… Enfim, muito do que queríamos há anos!

Que 2008 seja também um ano de muitas descobertas, muitas discussões e muito conhecimento fluíndo para todos os fãs das línguas élficas. Que as suas curiosidades sejam saciadas, amigos!

Brinde a Tolkien 2008

Todo ano a Tolkien Society da Inglaterra promove o Tolkien Toast, ou “Brinde a Tolkien” no dia 3 de janeiro, o aniversário de nascimento do nosso estimado Professor.

Caso você também queira brindar, pode fazê-lo sozinho ou encontrar outros fãs nesta quinta-feira, às 8 da noite, fazer o brinde e bater bastante papo. É de se notar que o Professor e outros membros dos Inklings reuniam-se exatamente às quintas-feiras para ler seus manuscritos e discutí-los nos aposentos de C.S. Lewis. Se alguém escreve prosa ou poesia com temas de fantasia, poderia tentar começar um novo Inklings aqui no Brasil logo no dia do aniversário de Tolkien!

O brinde, claro é: Ao Professor!

Novidades na Sindanórië

No dia 8 de outubro o estudioso Roman Rausch anunciou novidades em seu site, Sindanórië.

  • Essekenta Endamarwa — o artigo trata sobre os nomes de pessoas e topônimos em The Return of the Shadow, The Treason of Isengard e The War of the Ring. O artigo agora traz informações do PE17 sobre nomes como athelas.
  • Concordância de adjetivos em Quenya — Segundo Rausch, o artigo foi reescrito por completo, incluindo “os vários exemplos” em PE16 e também alguns outros exemplos em VT49 e PE17.
  • Fonologia histórica do Goldogrin — O artigo é novo, e traz informações sobre o desenvolvimento do Goldogrin (o gnômico do Book of Lost Tales) desde o Eldarin Comum. É, eu sei, eu pensei que nunca ia ter de ler o Qenya Lexicon também, mas adivinhe só? Acredite, é sempre bom ter informações sobre todos os estágios conceituais das línguas tolkienianas.
  • Abordagem sistemática às traduções de nomes élficos — Muita gente traduz nomes para as línguas élficas, eu não sou exceção. Mas quem já estudou como Tolkien criava versões élficas para nomes comuns de nosso mundo? Só o Roman Rausch.

Sobre este último artigo, há uma passagem muito interessante:

Note que Tolkien usa Vala ao invés de Eru para traduzir “Deus”. De fato, é muito duvidoso que Eru aparecesse em nomes da Terra-média, já que era uma palavra deixada para ocasiões especiais.

Eu não tenho certeza se utilizarei esta dica para os nomes hebráicos, mas para os nomes germânicos certamente é uma abordagem que adotarei em uma próxima revisão da minha lista de nomes.

Seu brilhante webmaster lembrou agora de adicionar os links para os artigos. Perdão. blush