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11 anos da Ardalambion

Gostaria de parabenizar o Helge Fauskanger pelos 11 anos de existência do site Ardalambion.

Fundado em 15 de maio de 1997, o conteúdo da Ardalambion (principalmente o Curso de Quenya) é essencial para que os novos estudantes possam ser introduzidos ao estudo da lingüística tolkieniana. Foi lá que eu aprendi, em 2002, como falar o Quenya. Apesar de minhas discordâncias com o conteúdo do site, eu não posso deixar de reconhecer a importância dele em minha vida.

Parabéns!

Presentes de Natal da Ardalambion

Ho-ho-ho! (Com H de high, claro!)

O norueguês Helge Fauskanger, da Ardalambion, trouxe dois presentes de Natal para os seus visitantes neste ano:

  1. A revisão da tradução do Apocalipse de São João, com novas palavras trazidas do VT49 e PE17. As revisões gramaticais mais notáveis foi a ordem substantivo–numeral, o plural dual nos verbos, pronomes duais, o plural partitivo, a substituição de neologismos por palavras atestadas, como o verbo sav- “acreditar”, entre outras modificações. Eu sugiro uma leitura do e-mail do Helge na lista Elfling para mais detalhes.
  2. Uma lista de palavras quenya-inglês (não inglês-quenya ainda) atualizada com todas as novas palavras que apareceram no VT49! Para encontrar as referências novas, procure por “VT49” com o Word. Alguns outros comentários inseridos pelo Helge são encontrados procurando por “%” (o sinal de percentual), que estão na maior parte invisíveis (o autor usou a fonte tamanho 1).

Resposta do Helge sobre os comentários do Thorsten

Recebi um e-mail do Helge hoje de manhã, onde ele dizia sobre comentários que fiz na lista elfling-d:

Já que você está tão ávido a espalhar a mensagem do Thorsten, completa com afirmações incorretas e totalmente não-documentadas sobre minhas supostas opiniões, talvez você possa se incomodar de traduzir minha resposta também? Como uma recompensa pelo tempo que levei anteriormente para responder suas questões, por exemplo?

Eu respondi:

Claro. Qualquer pessoa tem o direito de resposta. Eu o faria mesmo que você não tivesse me ajudado sequer uma vez ao longo dos anos. É minha obrigação moral (e eu não estou sendo sarcástico aqui).

Então, abaixo segue a resposta do Helge ao Thorsten, como foi pedido pelo autor: Continue lendo Resposta do Helge sobre os comentários do Thorsten

Thorsten fala a Helge que pare com críticas à Equipe Editorial

Ouch! Acho que o dia 2 de setembro, que já é bem famoso por ser a data de falecimento de Tolkien, pode se tornar o dia em que a perseguição à Equipe Editorial pode começar a acabar. Hoje o Thorsten Renk enviou uma carta um tanto ousada à lista Elfling (mensagem 34368), pondo em cheque a atitude do Helge Fauskanger de constantes críticas à agenda e ritmo de publicação desse grupo. Continue lendo Thorsten fala a Helge que pare com críticas à Equipe Editorial

Notícias do dia 7/8/2007

Notícias sobre as línguas élficas ou assuntos relacionados no dia 7/8/2007:

  • O blog do estudioso tolkieniano Michael Martinez (Tolkien Studies) foi atualizado falando sobre a MERPCon III, evento patrocinado pela MERP.com tratando sobre o RPG tolkieniano. Você pode ouvir o Martinez falando durante o evento neste arquivo de audio.
  • A maior parte do post do Martinez foi sobre o lançamento de uma publicação voltada a esse assunto: Other Minds. Segundo os editores, a intenção não é rivalizar com o fanzine Halls of Fire, mas sim abranger áreas que o este não cobre: épocas que não a da Guerra do Anel, sistemas que não seja o CODA. A primeira edição traz um espetacular set de mapas para uso em campanhas, feito por um grupo de cartógrafos liderados por Thomas Morwinsky.
  • O clima ficou tenso desde que o norueguês Helge Fauskanger lançou (na E:34259) a revisão preliminar das listas de palavras em Quenya na Ardalambion. O alemão Thorsten Renk (Parma Tyelpelassiva, Curso de Sindarin) discordou de uma forma um tanto ríspida em E:34264 da posição do Helge relativo à confiabilidade que a nova tabela de pronomes pode trazer para o cenário do neo-élfico. Houve mais um par de mensagens, E:34281 e E:34283. Segundo Thorsten, não há um problema de falta de informação sobre os pronomes do Quenya, mas sim uma sobrecarga de informação conflitante. Ele menciona a desinência -t, que reconhecíamos como a versão curta da 3ª pessoa do plural — agora sabemos que Tolkien imaginou nessa tabela que -t é o dual da 3ªp.pl. (ver tabela de 1968), e isso conflita com a tradução do Pai Nosso em VT43. Diz Thorsten: “Siv’ emme apsenet agora significaria ‘como nós dois (exclusivo) perdoaríamos eles dois’ – então pecados e pecadores vêm em pares.”
  • Neste meio tempo, Thorsten atualizou alguns artigos no Parma Tyelpelassiva: O Sistema Pronominal do Quenya, contendo informções cronológicas sobre o desenvolvimento externo, desde o Qenya de 1917; O Pretérito do Quenya, igualmente cronológico e contendo informações novas do VT49; e um artigo original sobre o Modo Sindarin com tehtar das tengwar, seguindo o mesmo estilo dos artigos sobre línguas. Ele promete lançar em breve artigos sobre o verbo ser/estar e numerais em Quenya.
  • The J.R.R. Tolkien Companion and Guide (de Wayne Hammond e Christina Scull) ganhou o Mythopoeic Awards na categoria “Mythopoeic Scolarship Award in Inklings Studies”. Se eu fosse obrigado a fazer uma aposta quando noticiei a lista de indicados há dois meses atrás, seria essa. Venho lendo os livros deles nesse último mês e posso dizer que o nível de detalhismo deles é espetacular. No Chronology eles encontraram até as datas onde Tolkien jogou rugby pela escola.

Resumo de “Tolkienian Linguistics: The First Fifty Years”

Novamente o trio Douglas A. Anderson, Michael D. C. Drout e Verlyn Flieger trazem o excelente Tolkien Studies, um compêndio de com diversos ensaios acadêmicos sobre a vida e obra de Tolkien. Em seu volume 4, lançado recentemente, temos um artigo que deve interessar a todos nós: Tolkienian Linguistics: The First Fifty Years, escrito por Carl F. Hostetter, contando a história da lingüística tolkieniana de 1954 até 2007. Continue lendo Resumo de “Tolkienian Linguistics: The First Fifty Years”

Lista de palavras em Sindarin do Helge atualizada

O dono do site Ardalambion, Helge Fauskanger, enviou uma mensagem à lista Elfling neste sábado informando que a sua lista de palavras em Sindarin foi atualizada. Ela agora possui um texto introdutório, informações sobre abreviações, entre outras coisas. É explicado também que essa lista é a versão Inglês-Sindarin da lista Sindarin-Inglês disponível no livro escrito por David Salo, A Gateway to Sindarin.

Se você fez o download da lista anterior, deve baixar essa versão agora. Continuo achando que o Hiswelóke é um dicionário de maior qualidade e variedade de informações, mas é possível que, para iniciantes, as formas apresentadas com as mutações consonantais tornem a lista do Helge um guia mais útil ao aluno inexperiente.

Lista de Palavras em Sindarin na Ardalambion

Em comemoração aos 10 anos da Ardalambion, o estudioso Helge Fauskanger está planejando lançar algumas novidades em seu site. Uma delas já foi noticiada antes e agora está já disponível: uma lista de palavras em Sindarin, chamada Parvpith Edhellen.

Por enquanto há apenas uma lista Inglês-Sindarin disponível, já que a prioridade da Ardalambion é, há algum tempo, dar apoio aos escritores neo-élficos. Embora seja um trabalho impressionante por si só, não ultrapassa o Hiswelóke de Didier Willis, pois a lista do Helge não possui a fonte da palavra, nem um indicador se ela é “Noldorin” ou “Sindarin”.

Essa omissão pode parecer pequena, mas quando algumas pessoas (como eu) dependem dessa informação para criar formações que podem se tornar no futuro tatuagens e gravações anéis de casamento, é necessário escolher e seguir um padrão para que as traduções fiquem consistentes (ou seja, escolher entre priorizar o Sindarin, o Noldorin, ou os dois, mas fazê-lo conscientemente!). Por isso recomendo utilizar o Dicionário Sindarin Hiswelóke do Didier Willis, que permite uma flexibilidade maior ao tradutor. Já falei que ele imprime melhor também? 🙂

Helge lançará Lista de Palavras de Sindarin

Na mensagem 298 da lista de discussões Sindict (dedicada à discussão do Dicionário de Sindarin Hiswelóke, de Didier Willis), o escritor do Curso de Quenya, Helge Fauskanger, disse que está criando uma lista de palavras inglês-Sindarin, similar ao trabalho que já fez com o Quenya.

Didier Willis, em uma resposta a essa mensagem, dá o endereço de um projeto similar no qual esteve trabalhando. Sendo baseado no Hiswelóke, eu recomendo o uso desta lista como a mais confiável disponível publicamente para o Sindarin. É uma pena que não tenhamos uma lista igual em português, mas o Gabriel (tradutor do Curso de Quenya) falou que uma tradução provavelmente será publicada após o Curso de Sindarin, pela Arte e Letra. De repente ele se anima também a traduzir as listas de Sindarin.

Elfling: Qualidade do élfico dos filmes do SdA (Parte 2)

Esta é a segunda parte da discussão sobre a qualidade do élfico dos filmes d’O Senhor dos Anéis. Se você não leu a primeira parte, pode acessá-la por este link.

Na mensagem 33732, Bill Welden (membro da E.L.F.) escreveu (todas as ênfases são minhas):

Então, Matthew. Digamos que [Peter Jackson et alii] conseguissem que o próprio Tolkien fizesse as traduções; mas mantivessem sua participação secreta.

Qual você supõe que seria sua avaliação da qualidade das traduções? (Note que haveria mais do que algumas palavras que nós nunca vimos antes.)

Assim como nós iríamos ouvir muitas novas palavras e funções gramaticais e variações dialetais e sinônimos (por que não podem existir duas palavras para “nome”?) – e até mesmo erros – se nós pudéssemos escutar por trás das portas a elfos de verdade falando uns com os outros.

Minha maior esperança para o filme circulava em torno da possibilidade que ele iria criar a impressão de realmente ter sido rodado na Terra-média.

– Bill

P.S.: Eu lanço esta questão neste ângulo pois vai ao núcleo do que fazemos aqui. O padrão pelo qual composições em élfico são julgadas tem um quê das Novas Roupas do Imperador. Isto pode começar a ficar claro se alguém colocasse esse padrão em palavras.

Em outras palavras, Bill Welden fez uma pergunta que assombra os praticantes do Neo-Élfico há muito tempo: como julgar essas novas composições como “corretas” se o próprio Tolkien quebrava suas regras quando compunha?

Seguindo um pedido de Helge Fauskanger na mensagem 33740 para clarificar a sua metáfora, Welden decide utilizar uma metáfora mais fácil de explicar:

[E]stamos todos procurando por gemas em um grande campo, mas somos castigados sempre que nos distanciamos demais do ponto central do campo. O que acontece é que, ao invés de tentar encontrar as gemas nós estamos mais interessados em garantir que não seremos aquele que estará mais longe do centro; mas ao fazê-lo torna-se muito menos provável que encontremos algo.[…]

[…]O campo são todas as possibilidades que Tolkien poderia seguir com o Quenya. O centro do campo é a forma mais provável de qualquer palavra ou função. As gemas são as composições que ele eventualmente faria se fosse dado tempo para as geleiras descerem mais uma vez em Bornemouth.

Tolkien era quase sempre surpreendente em suas composições. Por outro lado, qualquer um que se foque em qual seriam as formas mais prováveis, está na verdade se dando a tarefa de não ser surpreendente; e isso garante que eles sairão com algo diferente do que Tolkien produziria.

Welden finaliza explicando sua primeira metáfora:

Aqui é onde tudo sai dos trilhos: é a presunção de que o Quenya existe e tem guardiões da gramática prontos para cortar dedos.[…]

As roupas do imperador, eu suponho, são as regras do Quenya. Nós não as sabemos. Você [Helge] não as conhece, embora quase todos aqui pensem que você sabe. Eu não as conheço, mesmo que algumas pessoas achem que eu tenho um baú secreto. Mas o maior mito é que Tolkien as conhecia.

E então o imperador deve ser Tolkien. Tolkien não tinha uma gramática de Quenya. Sou eu que preciso dizer isto? Tolkien não tinha uma gramática de Quenya. […] [E]le tinha permissão para modificá-la, e isto é aparente em seu trabalho.

Para quem está com medo de que o mundo lingüístico tolkieniano comece a ruir, não tema! 🙂 Welden garante que não está advocando em prol do “vale-tudo” nas línguas élficas. “Em um extremo, cada um de nós tem um julgamento que cada composição nós encontramos; mas há algumas pessoas para as quais o élfico da Grey Company está bem!” e que o que ele deseja “não são palavras em élfico amarradas umas às outras; mas uma Experiência do élfico que eu consegui através de Tolkien em primeiro lugar.” (Elfling 33768) Em troca, Welden pergunta a Thorsten Renk (escritor do Curso de Sindarin) qual é seu padrão para julgar as composições em Neo-Élfico. Ele responde na mensagem 33769:

Em minha experiência, se você quer introduzir alguém a uma língua, é útil manter a ficção de que existe uma gramática de Quenya (ou Sindarin) e que nós sabemos como uma forma seria flexionada.

[…]

Sua sugestão eu veria como um exercício avançado. Obviamente, para chegar mais perto de Tolkien, você já precisa ter visto muito de Tolkien, você precisa ter uma idéia para onde fluem suas idéias, quais eram bem quistas por ele e quais ele descartava facilmente. Poucas pessoas tem o conhecimento para ver isto, certamente uma minoria daqueles tentando compor em élfico. […] Se você me perguntar o que eu julgaria como “bom”, a primeira condição seria o núcleo da estrutura, as idéias que Tolkien não mudou, devem estar certas.

[…]

Então, hoje em dia eu tento experimentar um pouco mais – com as formas do pretérito que eu gosto melhor, com construções vistas em Qenya e coisas do tipo. Mas eu não recomendaria isto para qualquer pessoa, a não ser que ele(a) saiba por exemplo o esquema utilizado por Tolkien para construir palavras das raízes [do Proto-Eldarin].

[…]

Portanto há um caminho a trilhar enquanto se aprende mais, do élfico padrão a re-frasear e usar o élfico atestado até compreender os princípios para derivar suas próprias palavras e, por fim, ter uma opinião de que gramática élfica é aceitável para você, e o que eu acho que as pessoas deveriam fazer depende em onde elas estão neste caminho.

Na parte 3, as considerações finais.